“Estando Jesus em casa, foram comer com ele e seus discípulos muitos publicanos e ‘pecadores’. Vendo isso, os fariseus perguntaram aos discípulos dele: ‘Por que o mestre de vocês come com publicanos e pecadores’? Ouvindo isso, Jesus disse: ‘Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Vão aprender o que significa isto: Desejo misericórdia não sacrifícios. Pois eu não vim para chamar justos, mas pecadores”.

Esta é uma passagem emblemática da vida de Jesus, na qual ele nos indica de forma clara qual é o seu desejo. Para a compreendermos melhor é necessário destacar duas palavras: misericórdia e sacrifício.

Quando o mestre afirma que não deseja sacrifícios ele está fazendo uma crítica à religiosidade que imperava em sua época. Postura que era marcada por uma série de regras e posturas instituídas por homens.

Acredito que, em um primeiro momento, estas normas foram estabelecidas com a melhor das intenções possíveis: agradar a Deus. No entanto, com o passar do tempo toda a sinceridade que levou ao estabelecimento destas regras foi sendo substituída pela frieza espiritual.

Aquilo que foi estabelecido com a intenção de agradar a Deus se tornou um instrumento por meio do qual alguns podiam se distinguir e tirar vantagem de outros. Isto não era o que Jesus desejava, ou deseja.

Chegamos então à misericórdia, que segundo um dicionário é uma “compaixão pela desgraça alheia” ou “instituição de piedade ou caridade”.

Através desta passagem entendemos que o desejo de Jesus é que o amemos de tal forma que nos tornemos como Ele, alguém que teve piedade da desgraça alheia e que assumiu uma posição que lhe permitiu agir em prol de seu próximo.

Cristo deseja pessoas que estejam dispostas a serem seus imitadores em todas as instâncias, tanto nas que se referem à glória como as que se referem à cruz.

Que Ele possa nos iluminar e constranger de tal forma que sejamos realmente pessoas capazes de ter misericórdia de nosso próximo e do mundo que nos cerca.