Vivemos um momento de menor liberdade agora em relação a épocas anteriores. Com o amplo desenvolvimento do sistema capitalista perdemos cada vez mais nossa unicidade para nos tornarmos apenas mais uma peça de uma grande engrenagem – vide Karl Marx em “O Capital”.
Antes, o homem vivia em contato direto com a natureza, tendo sua família em volta e com pleno controle sobre o seu tempo, artigo raro para qualquer pessoa que esteja totalmente imersa nas constantes revoluções da sociedade de informação.
Esta nova dinâmica de vida leva-nos a uma postura de submissão a um “way of life” no qual pensar e refletir é uma exceção. O que é importante é seguir os padrões estabelecidos por uma elite “cultural” e reproduzidos por uma “massa” que não aprendeu a criticar e analisar, mas que apenas compra, veste e faz o que vê na telinha.
Você já parou para pensar o que o leva a viver da forma que vive. Quais as motivações que o levam a realizar determinadas atividades e a ter certas atitudes ou opiniões.
Um antropólogo americano chamado Clifford Geertz propõe, aos cientistas sociais, uma atitude muito interessante. Ele afirma que sempre é necessário “estranhar o familiar”. É necessário ter um olhar crítico para aquilo que todos consideram normal. É necessário questionar o que levou aquilo a ser como é.
Esta me parece uma postura valiosa para o cristão atual. Devemos nos perguntar o que leva o nosso mundo a ser como é e, à luz da Bíblia, pensar em como ele deveria ser. Caso não cultivemos um olhar crítico para “as verdades” apresentadas a nós seremos continuaremos apenas sendo levados pela corrente.