Como já escrevi em outra oportunidade, sou um apreciador do futebol. Porém, creio que este esporte passou a receber uma valorização exagerada na sociedade atual, a “sociedade do espetáculo” - expressão cunhada pelo pensador francês Guy Debord.
No último domingo, o atacante brasileiro Ronaldo, atualmente no Corinthians, protagonizou o que alguns chamaram de mais um episódio de uma longa história de tragédias e superações.
Este jogo realmente teve um caráter dramático, pois o jogador, que não marcava um gol desde o dia 13 de janeiro de 2008 - quando ainda atuava pelo Milan (Itália) - entrou em campo aos 20 minutos do segundo tempo, garantiu o empate de 1 a 1 entre a sua equipe e o Palmeiras ao marcar de cabeça nos acréscimos do jogo.
Entretanto, o que desejo destacar não são os feitos esportivos deste atacante. O que realmente me chama a atenção é o tratamento dado pela imprensa a ele.
Nos últimos meses o atacante da equipe paulista chamou mais a atenção por confusões e polêmicas que protagonizou do que pelo futebol mostrado em campo.
Com o gol marcado no último domingo a cobertura devotada a Ronaldo mudou totalmente de enfoque, pois agora se exulta o renascimento do craque. Todos os problemas ficaram para trás, até, quem sabe, a nova contusão ou uma nova seca de gols.
Tratamento semelhante recebeu o atacante brasileiro Robinho, do Manchester City (Inglaterra). Após ser acusado de abusar sexualmente de uma jovem bastou marcar alguns gols para o caso ser abafado e as críticas desaparecerem.
Penso que a “sociedade do espetáculo” se equivoca ao conceder carta branca para os seus artistas - sejam músicos, atletas ou atores. Na verdade, eles têm uma grande responsabilidade, pois influenciam muitos jovens com seus atos e palavras. Entretanto, muitos deles não têm noção do papel que têm na sociedade, e simplesmente desejam usufruir dos benefícios da fama.
A Bíblia deixa bem claro que aqueles que têm um papel ou um posto de destaque na sociedade são responsáveis por aqueles que lideram e influenciam.
Meu desejo é que nós, como Igreja, não nos deixemos levar pelos exemplos negativos e possamos oferecer uma opção saudável para a sociedade em que vivemos.
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