cidade partida

Na última sexta chegou aos cinemas “Era uma vez...”, mais um filme sobre a temática da “cidade partida”.

Ainda não o vi. Porém, lendo a críticas sobre ele me vieram à memória outros filmes com a mesma temática.

Em um determinado momento de minha vida algumas destas produções me fizeram refletir muito sobre a dinâmica da pobreza e a dinâmica social existe no Brasil - vide “Notícias de uma guerra particular” e “Ônibus 174”.

Depois começaram a aparecer filmes que tinham a pretensão de não apenas mostrar a desigualdade social, mas de apresentar uma estética atraente que os tornasse um produto cultural muito vendável – casos de “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite”.

Agora parece estar surgindo um novo filão inaugurado por “Era uma vez...”, o de narrativas de possíveis pontes entre o asfalto e o morro.

No entanto, há algo que me incomoda profundamente em tudo isto, a transformação da pobreza e da violência em produto cultural. Hoje tudo é vendável, até mesmo a miséria.

Um perigo é o de estarmos nos habituando com sofrimento alheio. Estamos naturalizando o que não pode ser considerado normal.

Enquanto isto muitos sofrem sem perspectiva alguma de mudança. Qual a nossa resposta para isto?

1 Comment:

  1. Anônimo said...
    ainda náo vi o filme Era uma vez...
    mas li matérias a respeito...
    o filme Cafuné abordava a mesma questáo (menina classe média-menino favelado)

    acho que a pior marca do negócio da miséria náo está no cinema náo... está em outras práticas mais fundamentais e excludentes...

    abraços,
    Pedro.

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