Trans-Ceará – Parte 2

Crianças. Meu ministério está muito ligado a esse grupo. Já faz alguns anos que trabalho ativamente com esse público em minha igreja, e saber que minha equipe teria que realizar uma EBF durante a Trans encheu-me de ânimo. Porém, minhas expectativas quanto ao trabalho com crianças estavam muito distantes da realidade que ali encontramos.

Quando se pensa em trabalho com crianças a primeira idéia que vem à mente é de muita alegria, música e brincadeiras. E o trabalho voltado para as crianças de Aracati realmente foi assim. Entretanto, também descobrimos outra realidade.

Algo que logo no início me chamou a atenção na cidade em estávamos era o grande número de crianças nas ruas. Então pensei: “Estamos no interior e nada mais normal do que as crianças brincarem na rua”. Porém, o que viemos a descobrir, foi que aquelas crianças não ficavam brincando na rua apenas por opção. Para muitas delas, aquela era a única saída.

Grupo de crianças faz estudo de João

Como afirmei na outra postagem Acarati é muito conhecida por suas belas praias e pelo Carnaval fora de época. Mas, além disso, essa localidade é muito conhecida pelo grande índice de prostituição e de consumo de drogas.

Outra triste realidade dessa cidade é o grande número de famílias desestruturadas. Famílias que surgem da falta de amor e carinho, mas que também são destruídas pelo álcool, pelas drogas, pela violência, pela miséria, pela falta de esperança...

Assim o que pudemos perceber é que as crianças que víamos nas ruas não estavam ali apenas pela diversão. Mas aquele era o espaço onde encontravam refúgio para os problemas encontrados em casa. Entre os pequeninos ouvimos relatos de alguns que chegavam a passar fome ou que sofriam maus tratos em seus lares.

Meus irmãos o que posso afirmar é que a carência de amor é um problema daquela comunidade. E os que mais são atingidos por essa triste realidade são as crianças.

Mas uma coisa positiva posso dizer para vocês. Mesmo com tantas dificuldades os pequeninos eram os mais abertos ao evangelho. Seja através da EBF, ou do evangelismo pessoal muitos foram os que aceitaram o amor de Jesus.

Adriano, a alegria da criançada na EBF

Entre as crianças que aceitaram ao Senhor quero falar do Aislan. Um menino de 11 anos que, apesar da pouca idade, trabalha como animador de festas. O encontrei na rua durante uma das saídas para evangelizar. Como bom católico conhecia bem o evangelho, mas ainda não tinha pedido para Jesus entrar no seu coração. Naquele dia esse menino abriu a sua vida para o Senhor e à partir de então buscou conhecer mais daquele Deus que aceitou.

Eu e Aislan, o palhacinho de Cristo

O que também merece destaque foi o apoio que esse menino deu à EBF, convidando seus amigos para a programação e participando da mesma como palhaço. Foi algo maravilhoso ver a alegria daquela criança ao participar da obra do Senhor. Por enquanto é só pessoal. Amanhã falarei um pouco mais da minha experiência no Ceará. Até...

5 Comments:

  1. Anônimo said...
    Muito bom ver o que Deus andou aprontando em Aracati!
    O Site esta muito bonito. Contuinue orando por mim,
    abrcs, seu irmao
    Anônimo said...
    A realidade que vivem essas crianças realmente choca. Agora, talvez aqui no 'Sul Maravilha' seja pior devido a desigualdade que salta aos olhos... mesmo nessa pobreza, o apelo consumista deve ser menor em cidades como Aracati, o que vc acha ?
    Fábio Aguiar said...
    Marco o apelo consumista é o mesmo tanto em Aracati como no Rio, pois a TV é onipresente naquela localidade. A infeliz realidade é que onde a educação e o alimento não chegam, a TV com suas "verdades" influenciam a vida das pessoas.
    Anônimo said...
    Concordo. E qualquer casebre, seja no morro, na palafita, na mansão, tem lá sua tv ligada . Contudo, me pergunto se o ver 'ao vivo' não desperta mais dor...
    Talvez nem valha a pena saber a resposta, pois não vamos comparar sofrimentos.
    Tenho outras dúvidas... vou seguir lendo e coloco mais adiante. Obrigado pelo seu relato, precioso e oportuno ;-)
    Anônimo said...
    oops, o de cima saiu anônimo.
    Assino agora então :-)

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